quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SACRIFÍCIO EM VÃO




Sabe quando você se esforça ao máximo pra fazer algo dar certo? Quando você dá o gás pra que aquilo que você tanto tem planejado e sonhado possa acontecer? Não sei se vocês já passaram por isso, mas por muitas vezes eu planejei algo, e fiz tudo o que eu poderia fazer pra dar certo, mas no final não deu em nada. Como eu me senti?
Triste, frustrada, desmotivada... Como se todo o meu esforço tivesse sido em vão; como se todo o tempo e energia que eu investi tivessem sido jogados no lixo.


Eu estou morando um tempo fora de casa, na verdade, fora até do Brasil. Vim morar um semestre em Puerto Rico, como intercâmbio da minha universidade. Nessa realidade, o contato com as pessoas que ficaram no Brasil se torna muito menor e mais trabalhoso.

Graças a Deus, eu posso contar com algumas amizades íntegras, que independente do tempo, da distância ou da situação, o grau de intimidade e de cumplicidade não muda.


Antes mesmo de vir pra cá, eu já não estava me relacionando com Deus como deveria, queria, e fazia há um tempo atrás. Continuava indo pra igreja, pro pequeno grupo, pensando em Deus, falando com Ele, tendo Ele em mente ao tomar decisões... Mas isso não é o suficiente, sabe? Simplesmente não é! Com a rotina, o “tempo pra Deus” foi ficando cada vez mais apertadinho, lááá no cantinho do dia. E depois passou a não existir. Repito que continuava me relacionando com Ele, quando me lembrava no decorrer do dia, mas não tinha aquele momento de realmente parar o que eu estou fazendo pra me focar no que Ele tem a dizer.


Eu tinha muitas outras coisas mais “interessantes” pra fazer... Conversar com os amigos no MSN, colocar as fotos novas no orkut, ficar atualizando pra ver quem comentou, assistir seriados, ou então simplesmente fazer nada mesmo. E toda noite, quando eu deitava, morta de cansada, pensava “Caramba, de novo não priorizei Deus. Passei o dia todo fazendo nada de útil, e não parei pra fazer o que deveria ser o mais importante...”. Só que no outro dia acontecia a mesma coisa, tudo de novo.


Saber que está errado, que deveria fazer diferente, e simplesmente escolher não mudar, é MUITA falta de vergonha na cara! E eu sabia disso, mas não tinha disposição pra fazer algo a respeito. Era tão cômodo, tão prazeroso... E Deus continua me amando, então está tranquilo. Né?

Até que um dia, contando as novidades da vida pra uma grande amiga minha, falei sobre tudo isso que estava acontecendo, e o quanto eu era ingrata por continuar nessa rotina de superficialidade por tantos meses. Daí ela falou assim:


- Pois o que tu acha de desligar esse computer do cão, e colocar o joelho no chão?
- Nada atrativo, :/
- Não, não pergunto se tu quer ou não. A pergunta é: vamos agora?
- Agora, agora mesmo?
- Exatamente. Agora!
- Vamos.

Então fomos. Desliguei o computador, e vim pro meu quarto sem saber direito o que eu ia falar com Deus, já que Ele já sabe o que eu penso, porque todo dia repito a mesma coisa.


Começei a chorar de tanta vergonha que eu estava por tratar Ele daquela forma... E foi isso que me veio à mente:

Desde o comecinho de tudo, quando Deus estava criando o mundo, ele sonhou com o homem. Então Ele criou a gente. Mas já começamos fazendo tudo errado, e desobedecemos Sua vontade. Só que Deus queria muito se relacionar conosco! Ele estava esperando ansiosamente por isso... Então Deus se sacrificou ao enviar Seu único filho pra esse mundo, com o simples propósito de que Ele vivesse, nos ensinasse como aproveitar a vida, e morresse. A finalidade do plano era essa: sua morte. Mas morrer pra quê? Pra que eu e você púdessemos novamente nos ligar a Deus.


Beleza, isso todo mundo já tá cansado de saber. Acontece que, quando eu não estou me relacionando com Deus, é como se eu estivesse dizendo que o sacrifício de Jesus foi em vão. Porque se Ele veio pra cá só pra que eu tivesse o privilégio de poder ter comunhão com Deus, mas eu não tô aproveitando, de nada valeu Ele ter vindo.
Tudo o que Jesus passou: as perseguições, as traições, os deboches, a humilhação, o sofrimento de carregar uma cruz pesada que só por quilômetros, a dor de ser açoitado, o ardor de ter vinagre jogado nas suas feridas abertas, a agonia de não poder se manter em uma posição menos desconfortável, por ter pregos cravados nos pulsos e nos tendões do pé, a aflição de ter que ficar esperando a hora da morte, o injustiça de ser crucificado ao lado de dois ladrões, e o desespero de ser abandonado pelo Pai na hora da morte... Tudo isso foi em vão!


Tudo isso não tem a menor importância. Não é relevante. Não adiantou de nada. Não faz diferença no meu dia a dia. Já que, mesmo sabendo dessas coisas, isso não é o suficiente pra me constrager a ponto de eu dar um stop no episódio do seriado, e ir pro meu quarto agradecer, pedir perdão, contar as novas, e perguntar o que que Ele acha...
Quanta ingratidão! Quanto egoísmo da minha parte! Quanta prepotência! Como eu sou feia e suja! Não entendo como posso ser insensível ao ponto de saber dessas coisas, e isso não gerar uma mudança de comportamento! O que tem de errado comigo? Porque eu continuo inerte? Eu estou jogando no lixo a misericórdia, a compaixão e o amor que Ele teve e tem por mim (que, só pra constar, eu não mereço).


E o “pior” de tudo: mesmo eu sendo assim, Deus continua me amando. Não há NADA que eu faça ou deixe de fazer que possa mudar isso. Se eu for boazinha, e fizer tudo direitinho, Ele não vai me amar mais. Se der a louca, e eu sair por aí fazendo tudo que não devo, sem se importar, Ele não vai me amar menos. Estranho né?! Como Ele consegue me amar de forma tão incondicional assim? Acho que é exatamente por esse motivo que eu me acomodo em não renunciar a nada para fazer o que Ele me pede. É porque eu sei que nunca vou perder esse amor, que eu aproveito pra deitar e rolar, fazendo só a minha vontade.


Só que na Bíblia tem muito claro que não é bem assim que as coisas funcionam...
“Então o que faremos? Continuaremos pecando para que Deus possa continuar perdoando? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com Ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressucitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.”
(Romanos 6:1-4)


Então eu acabo no mesmo ponto que sempre acabo em todas as conclusões que tenho sobre meu relacionamento com Deus: só depende de mim, decidir parar de frescar com a cara dEle, e colocar as coisas em suas devidas posições. O que merece o primeiro lugar, em primeiro lugar, e o que sobra depois disso é simplesmente resto... “First things, first!”


Tenho que aprender a priorizar o que é eterno, o que vai além da minha vida aqui na Terra. A influência do meu relacionamento com Deus vai muito mais longe do que o momento da minha morte. Vai ser algo que eu vou colher pra sempre, por toda a eternidade.


Pensando dessa forma, acho que vale a pena eu dar uma atençãozinha especial nessa área, não?! Tratar os pensamentos e sentimentos que Deus tem a meu respeito com um pouco mais de carinho e gratidão...


Deus, me perdoa por muitas vezes não valorizar teu amor por mim. Um amor que é tão grande, profundo e puro, que eu nem consigo entender. Me perdoa por ser cara de pau e não ser grata por tua misericórdia sobre minha vida. Tua graça que abunda todos os meus dias, me permitindo viver coisas tão lindas, experiências únicas, amizades íntegras, amor na família, ajuda nos momentos difíceis, e amadurecimento em todas as situações. Por favor não me deixa esquecer o tamanho do sacrifício e altruísmo do teu filho Jesus, ao sofrer tudo aquilo por mim. E muito obrigada por não desistir de mim, independente de tudo. Ajuda-me a querer te querer. Dá-me disposição pra investir em nosso relacionamento, buscando, a cada dia, ser realmente mais parecida contigo. E que eu priorize o que deve ser priorizado. Amo você! Amém.


“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu único fulho, para que todo aquele o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
(João 3:16)

Por: Fernanda Oliveira

2 comentários:

  1. Muito massa esse texto Fernanda, e massa vc ter compartilhado conosco..obrigada!!
    Fiquei muito feliz com sua vida..e Deus?mais ainda.
    Que essa seja uma oração e decisão dia-a-dia..deixar esse relacionamento superficial para viver o verdadeiro Amor do nosso Pai!

    Bjos

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  2. Bem, ao invés de comentar vou seguir seu conselho, vou desligar o cimputador agora e ir bem ali no quarto tricar uma idéia...

    Obrigado por compartilhar isso conosco!

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